quinta-feira, 31 de julho de 2014

Estou a perder-te

O medo que sentimos é um motivo de choro, uma desculpa para um abraço.

Não gosto de te ocultar nada, mas depois tenho de enfrentar o teu olhar desiludido. Nunca fizeste grandes discursos e notasse que ficas atrapalhado a arranjar palavras que não me magoem minimamente, após as minhas confissões.  Eu sei a tua opinião e tu sabes a minha. Aprecio a forma como reages nestas situações, porque me respeitas e apesar de teres uma opinião diferente, não me impões nada. Muitas vezes simplesmente abraças-me. Tudo pára nesses momentos para mim, apenas eu e tu existimos, envolvidos no silêncio.
Mas quando me dás aquele olhar, a minha alma estremece por dentro. Sei que não estás desiludido comigo. Estás genuinamente desiludido contigo próprio, por não me teres conseguido dissuadir e isso mexe imenso comigo, embora nunca to tenha admitido. Gostava de te dizer que a culpa não era tua, que eu simplesmente sou uma miúda com profundos problemas resultantes da descrepância de rigor na minha educação. Estou a afastar-te aos poucos, quando o que queria era manter-te perto de mim, abraçar-te e nunca mais te largar.

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